daqueles que não doem no pé
e pegar uma nova estrada, seguir e seguir a pé
entrar neste caminho e ver o belo que é.
Pegar sua nova estrada e ver florir
ver bichos que voam e bichos que ficam em pé
pegar sua estrada nova e seguir
ir, andar, sorrir e ir, ir a pé
Tá na hora de jogar o velho tenis fora
talvez até aqueles amigos que não o seguiram
e que talvez nem sejam amigos
porque não entendem a visão da estrada que se quer
Jogue os velhos lenços secos , das lágrimas secas,
enquanto usava o velho tenis
nos seus pés, jogue-os na vala da velha estrada
e compre novos, pra novas lágrimas da estrada que seguirá a pé
A estrada é dificil, caminhos, estradas, seguir até
até que encontre o sol que irá nascer
seque seus olhos de novas lágrimas
jogue os lenços fora, porque ficam parasitas
e machucarão seu entardecer
E, siga. siga a estrada nova
porque seus olhos pedem, seu coração almeja
embora doam seus pés
a estrada segue e no final, o mar
Que aguas procuras, limpas, turvas
aguas sujas, mas sempre terá um riacho
com aguas limpas que vai sua sede abater
e use o tenis novo, a estrada nova e siga a pé
Que o pé seja o maquina que bate, o tenis, os olhos
que o horizonte venha te clarear a fronte
e caia, caia num só choro
da solidão do tenis novo que ta no pé.
Use todos os escarros no lago
suje a agua limpida do riacho
tire o sal do mar e beba o suor
da vida nos lábios , no tenis novo
No caminhar da vida e choros e risos
e tombos e risos e choros
e lá no entardecer a lua vai sorrir e escurecer
e vem o sol pro novo tenis que se faz velho e ri.
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